13 de maio – Abolição da Escravatura?

Representantes da Arcab orientam alunos sobre cultura afrodescendente

Todos os anos, alunos e professores do IEST se mobilizam para participar do já tradicional Concurso Literário Estudantil da ASES – Associação de Escritores de Bragança Paulista. Neste ano, o concurso prestigia a professora Helena Faria, figura ilustre da cidade, com o tema “80º aniversário do Clube 13 de Maio e a Influência Afro na cultura Bragantina”.

Como parte dos preparativos para o concurso, a escola recebeu na quarta-feira, 13/05, a palestrante Izilda Toledo, presidente da ARCAB (Associação Recreativa e Cultural Afro-Brasileira) e atual responsável pelo Clube 13 de Maio.

Izilda, com simpatia e presença marcantes, falou aos alunos do Ensino Fundamental II e Médio, trazendo informações sobre a história dos negros brasileiros sob uma ótica bastante diferente da habitual – a do próprio povo afrodescendente. 

Assim, contou-nos sobre os primeiros negros trazidos ao Brasil, suas etnias, origens e costumes. Mencionou os duros anos de escravidão e tudo aquilo que os livros não contam: da injustiça das leis consideradas pró-abolição à criação, em nossa cidade, de uma associação abolicionista conhecida como Associação Club dos Escravos – evento ousado e inédito que colocou Bragança Paulista nas manchetes nacionais e internacionais, em 1881.

Descobrimos que tal associação lançou as bases para o que, em 1934, seria o Clube 13 de Maio – uma instituição fundada por negros bragantinos com o objetivo de combater o preconceito, afirmar a presença negra em nossa cidade e preservar sua cultura, por meio de ações educativas, sociais e recreativas.

Falando sobre movimentos negros, conferências internacionais e legislação, a palestrante contou-nos a história do Clube 13 de Maio e falou sobre o atual estado da luta, no Brasil, contra o preconceito e o racismo. 

Além disso, os alunos tiveram a chance de descobrir curiosidades sobre a cidade, como os antigos pontos de esconderijo dos escravos, a história da Igreja Santa Cruz dos Enforcados, dos bailes e eventos realizados pelo Clube 13 de Maio e outros clubes sociais negros do Brasil.

Encerrando, propôs interessantes reflexões sobre questões atuais, como as políticas afirmativas raciais, as cotas universitárias, o Estatuto da Igualdade Racial e as ações realizadas pela ARCAB em nossa cidade – entre elas, a criação de um dos primeiros cursos pré-vestibular da cidade, programas de teatro como o grupo Entrando em Cena, apresentações de danças típicas africanas e, em 2015, a colaboração com a ASES para a promoção do Concurso Literário.


Com a palestra, a escola prepara melhor os alunos e abre espaço para a cultura afrodescendente disseminar seu trabalho, contribuindo assim para o combate ao racismo e ao preconceito.

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