Expedição Cultural: aldeia indígena

No fim de maio, os alunos da 2ª série do ensino médio visitaram, em expedição, a Aldeia Indígena Tenondé-Porã, no sul de São Paulo. A área é uma reserva indígena protegida e parcialmente demarcada pela FUNAI, onde convivem dezenas de famílias e quase 2000 indivíduos da etnia guarani-mbya. Ali, eles preservam sua língua, cultura e sabedoria ancestral, mantendo um estilo de vida simples em total contato e harmonia com a natureza. O passeio foi realizado para atender às pesquisas do projeto da sala sobre línguas indígenas.


Confira o relatório que os alunos realizaram, e as fotos desse inesquecível passeio!

Na comunidade indígena Tenondé-Porã há 7 aldeias com uma extensão de 15.969 hectares, divididas em núcleos familiares em que cada um escolhe um líder: seja ele homem, mulher, jovem ou idoso, ao contrário do que pensávamos ao chegar lá, já que tínhamos na nossa cabeça que toda comunidade indígena tem um cacique. Estima-se aproximadamente dois mil habitantes, eles têm auxílio do governo, como as escolas e o posto de saúde.

Os jovens não são educados para serem operários e servirem o mercado de trabalho, somente para se manterem na aldeia. As crianças, normalmente, não são incentivadas a falar português e sim a língua materna deles que é o guarani, mas devido à tecnologia, as crianças dessa geração têm mais contato com a nossa língua. As crianças carregam uma carga de conhecimento diferente da nossa quando crianças, desde pequenos aprendem a pescar, usar arco e flecha e fazer artesanato.

A natureza é a única fonte de renda da aldeia, eles exploram principalmente o cipó-imbé que é usado no artesanato, pois vivem disso, mas está sendo desmatado, então a subsistência deles fica ameaçada. A questão da demarcação é uma pauta importantíssima para eles, a luta continua no centro de debate, em cartazes na escola, para demarcar o resto das comunidades indígenas.

Na escola do ensino médio há 15 professores para 500 alunos, com diretor e vice-diretor. Eles aprendem guarani, português e inglês e a opinião do aluno conta mais, quando há desentendimento, por exemplo, todos revolvem o problema em conjunto. A história é contada na visão do povo indígena, o que de fato aconteceu no Brasil Colônia.

Eles não costumam sair da reserva e frequentar a cidade, o sistema financeiro é a troca de mercadorias, usam muito pouco o dinheiro, tudo o que precisa está ali, seja no conforto de estar com seus semelhantes ou na harmonia deles com a natureza.

A excursão terá muita importância no projeto escolar, mas além disso, todo o conhecimento que absorvemos tornará essa experiência inesquecível.

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