Escrever: O trabalho e a inspiração!

O tema da redação no Simulado do 2º Semestre deste ano foi bastante provocativo: Falar sobre a "árdua" tarefa de escrever. Segundo a consagrada autora Clarice Lispector, escrever "salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende ..." Afinal, para que escrever?

Para a aluna Bruna da 3ª série do Ensino Médio, que obteve nota acima da média, a escrita além de ser libertadora, também serve para impor, auxiliar e reviver fatos. Confira abaixo a redação da aluna:

Escrever: O trabalho e a inspiração!
A escrita, no que tangencia seu surgimento, foi desenvolvida na pré-história, marcando irrevogavelmente uma nova era conhecida como Neolítico. Ela se desenvolveu ao longo dos anos como forma de comunicação universal, passando pela arte rupestre até os hipertextos digitais, se mostrando viva e consistente naquilo que argumenta, informa e transmite.
Essa vertente da linguagem abrange todo o conhecimento disseminado em uma sociedade de cultura multifacetada, visto que é utilizada na produção de livros, jornais, textos científicos, e em sua maneira mais informal: e-mails e bate-papos online, adquirindo uma face eficiente na relação entre indivíduos de comunidades variadas.
No mundo dinamizado do século XXI, o problema enfrentado é a disparidade negligenciada pelo caos da brutalidade de informações desconexas e, por deveras vezes, irreais, atrelando-se ao jornalismo sem consciência social, tornando a mesma um paradoxo em sua real e total utilidade. Não obstante, o porquê da prática de escrever se torna pergunta frequente nas novas gerações, visto que as tecnologias estão substituindo a forma de linguagem redigida.
Respira-se a escrita à medida que ela liberta, impõe, auxilia e revive. É necessária sua produção para a transmissão do saber, uma vez que modificou a história, auxiliando povos, retificando culturas e contribuindo para a manutenção da humanidade enquanto seres dotados de consciência moral e crítica. A escrita que declarou a partição da África no Imperialismo é a mesma que assinou a Lei Áurea em 1888 e o fim das duas grandes guerras mundiais.
Parabéns pelo excelente texto, Bruna! 

Comentários

  1. Parabéns, Bruna, pelo tão conciso quanto consistente ensaio. Em poucas palavras, você logrou dizer muito. Este é o desafio de qualquer comunicador/escritor, especialmente em nossos tempos de comunicação instantânea, com suas armadilhas implícitas na inegável tendência à superficialidade do “espírito do nosso tempo” (“Zeitgeist”). O seu texto revela uma maturidade intelectual precoce, bastante promissora no que concerne às perspectivas, ao seu futuro: você está lapidando uma das mais relevantes ferramentas para sua formação profissional e humanista, que, ao seu elegante modo meta-linguístico, figurou, inteligentemente, como objeto de seu ensaio. Um forte e orgulhoso abraço do seu tio, Leonardo Martins.

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  2. Parabéns Bruna, seu texto releva capacidade de expressar ideias que muitos ditos jornalistas nos tempos atuais não conseguem fazê-lo com precisão, e assim dar dignidade a riqueza da língua portuguesa. Beijocas e tudo de melhor dessa vida. Meg.

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  3. Ótimo texto, porém, a escrita marcou o fim do período Neolítico e o início da Idade Antiga, onde a "Pré-História" passa a ser "História".

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