Raízes do Brasil
Nas aulas de História da 3ª série do Ensino Médio do Iest, os alunos têm estudado o tema da disponibilidade relacional portuguesa, tão caro ao empreendimento colonizador da América nos séculos XVI e XVII, bem como sua impressão no modo de ser e estar do povo brasileiro. O Prof. André Bacci tem empenhado junto aos alunos a leitura e a discussão de excertos da obra “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda, um dos maiores intelectuais da história brasileira.
Impulsionado pelas elaborações de Sérgio B. de Holanda, seu filho, Chico Buarque, escreveu, em conjunto com Ruy Guerra, a letra de “Não Existe Pecado ao Sul do Equador”. Os versos transcritos abaixo emblematizam o espírito conquistador português em toda a plasticidade cultural que tornou possível a conquista dos povos ameríndios no período colonial brasileiro.
Não existe pecado ao Sul do Equador
(Chico Buarque / Ruy Guerra; 1972-1973)
Não existe pecado do lado de baixo do Equador
Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor
(Vamos fazer um pecado safado debaixo do meu cobertor) *
Me deixa ser teu escracho, capacho, teu cacho
Um riacho de amor
Quando é lição de esculacho, olha aí, sai de baixo
Que eu sou professor
Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar
Sarapatel, caruru, tucupi, tacacá
Vê se me usa, me abusa, lambuza
Que a tua cafuza
Não pode esperar
Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar
Sarapatel, caruru, tucupi, tacacá
Vê se me esgota, me bota na mesa
Que a tua holandesa
Não pode esperar
Não existe pecado do lado de baixo do equador
Vamos fazer um pecado rasgado, suado a todo vapor
Me deixa ser teu escracho, capacho, teu cacho
Um riacho de amor
Quando é missão de esculacho, olha aí, sai de baixo
Eu sou embaixador
* versos originais vetados pela censura
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